segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Porque os escritores tambem tem mães?

Aquelas palavras
e aquele sotaque francês torto
agradavam de certa maneira
tambem torta.

As músicas com suas claves
e o teatro com suas atrizes
e o francês
torto.

Tinha médio porte,
cabelos de um negro
chamativo e olhos mortos
e repetia asneiras ao
pé do ouvido.

Louca.
Absurda.
Absorta, na vida e da morte.
Suas canções permaneciam ali
a me infernizar as paixões.

Eu sabia que as ruas eram perigosas,
mas eu era bom.
Sou bom.

Ela não me entendia.

Fingia não ouvir que
eu vivia tambem
e preocupava-se
com os atalhos.

"Bobagem"
eu dizia,
"Os medicos e os padres
tambem morrem
um dia".

Na verdade
eu sabia que não podia contar
com as probabilidades.
Nem elas comigo.
Mas insistia e vencia.

Via os mortos nas calçadas
e eles pediam
pão e paz.

Loucos, se achavam
que teriam pão.
Paz é muito mais facil
quando estamos mortos.

Não quero paz.
Só preciso ainda
do sotaque francês torto.
Dos olhos mortos e
dos carinhos
e afagos, do mundo.

Divirto-me constante - mente
com meus sonhos.
Meus desejos estão tão
vivos
que posso senti-los em mim.
E aquelas palavras
permanecerão até depois
do fim.

Serão como o vinho que
agora beberico.

"Viva sua paz,
quando sentir que
deve viver ...
Não precisa pressa.
basta olhar com bons olhos
o que está por vir".

E eu sim amei.
Não como amante.
Como amado.
Amei como quem sente
os dois lados e nunca
escolhe um.

Amo como filho.
Sou como filho.
Sou filho.

"Mãezinha, isso
sempre foi a realidade".

3 comentários:

Gustavo Santiago disse...

melhor texto que li seu até agora. Me tocou de certa forma. Parabéns velho.

Bárbara Cecília disse...

Num digo mais nada

Maíra D disse...

porque? sempre sobra uma inspiração para a figura materna... faz parte.

excelente texto, tá de parabens ;)