domingo, 13 de dezembro de 2009

Antes mesmo de se despedir.

Até pensei que mudar-se ajudaria.
Em vão.
Mudei-me e ela ainda me persegue.

Não tem nada em seu peito.
A caixa toraxica vazia, como vacuo.
Deve ter depositado o que se chama coração
em uma dessas caixas de papel que se embrulha com celofane.

"Porque me persegue?" questionei-a.
"Voce é um cara interessante e eu gosto de caras assim".
"E porque não pede logo que eu a coma?".
"Voce não seria capaz", disse ela,"Sou uma brasa".

Então mandei que fosse embora e terminei.

Existe razao para que se viva com frequencia?
A razao não sei, mas motivos podem ser encontrados
em pequenas coisas. Perseguiçoes, carros quebrados,
fotografias recortadas, aneis de formatura, iscas, molas,
tambores de percussão, no amor.

"Voce é o primeiro que vejo que é alguem hoje".
Que merda, persegue-me.

5 comentários:

Bárbara Cecília disse...

Nossa, amei!

Gustavo Santiago disse...

haha, adoro ler coisas de gente da sua laia.
Se tu me entende bem bukowskiano assim por se dizer. Gostei, e creio que tem muita coisa interessante aqui para ver ainda abraço.
Poeta dos mundos.

Gustavo Santiago disse...

Ah vi o link ali no canto da moça bonita, bem tratada, três séculos de família.
Era meu antigo blog, dê uma confirida nos meus atuais agora; Já que aquele antigo não existe mais

Eleonora Marino Duarte disse...

sempre uma escrita inquieta, emvolvente, nunca tênue.

eu gosto muito!

abraços, café.

Anne Elisabeth disse...

Voltei meu compadre café, voltei!
E não sabe de como senti falta disso aqui!

sinta-se abraçado!
;)