quinta-feira, 2 de julho de 2009

Coisas que se precisa saber sobre a vida.

Uma mulher; Um metro e sessenta e quatro.

Eu não penso mais em mim,
quando penso
nela.
1, 64 em meus braços,
minhas mãos e meus bagos.

Essa mulher cravada
feito bala no meu peito.
Mulher de 1, 64, apenas.
E eu completamente embasbacado,
louco, excitado de amor.
E ela desfila todo seu tamanho
em mim.

Uma mulher como ela, para um cara
como eu.
1, 64 para 1, 80.
mas na cama tudo é diferente.

E quando eu acordo, pela manhã
ela não esta ao lado.
Mas o cheiro do café
Me invade,
Me fascina,
Me deixa mais apaixonado.
_________

Um Canastrão.

"Voce é um canastrão" ela me disse
no caminho de volta.
"odeio suas roupas e seu cabelo
e o modo como voce os penteia.
Odeio sua presunção, senhor
'eu sou o maximo'."

Mais uma que diz coisas
sem sentido.
Coisas que não quer dizer.
Ela está bebada demais.

"Odeio seus bagos e odeio
quando digo:
Eu amo voce".
_________

Voce só precisa de quatro paredes.

De quatro patas e
quatro doses.
Você só precisa de um
pouco de timidez e de
quatro mulheres
boas de rabo.

Precisa de quatro direçoes
para escolher uma.
de vidas e de um
apartamento com quatro
paredes.

De um bom cesto de lixo.
E uma boa torradeira e
quatro pães.

Precisa de quatro cervejas
e quatro garrafas de Vodka.
Dai, não precisa de mais nada.
_________

As pessoas não são boas umas com as outras.

O desespero me invadindo o peito
às 12:34 da noite, e eu
com essa merda de caneta
riscando papeis falidos.

Prisioneiro na minha cama.
Aprisionado a mim mesmo.

Não diria ser certo,
com certeza.
Duvido dos perdedores.
E sim, sou um deles.
Não por ser pobre,
Por ser livre.

As ruas são perigosas demais,
parceiro.

E lendo Bukowski agora,
entendo:

"Tem que haver um caminho.
Com certeza deve haver um caminho
sobre o qual ainda não pensamos.

Quem colocou este cerebro dentro de
mim?
Ele chora.
Ele demanda.
Ele diz que há uma chance.

Ele não dirá,
'não'."
_________

Veja, eu venci.

Na rua, de folga.
Mãos no casaco sujo e
olhos bem abertos.

Por deus, penso,
esses são os que
só vivem, penso.

E eles gostam disso.
Sentem prazer na submissão
dos dias.
Deles mesmos.

Essas pessoas são as que tem filhos.
Essas pessoas são os que vendem frutas.
Essas pessoas são as que trabalham.
Essas são as que vão a funerais.

Eu me prendo e morrerei comigo.
Sou alguem, então.
Ou nada, nunca sou.
Vejam, eu venci, então.
_________

Jovens señoritas em vestidos de algodão.

E elas passeavam faceiras.
Aquelas garotas com seus vestidos
verdes e vermelhos e purpuras
e brancos.

Belas pernas tinham as
jovens señoritas em vestidos de
algodão.
E que seios, tinham
elas
e
desfilavam,
dançavam,
cantavam,
até contavam piadas, juro.

E eram belas em seus biquines.

Então desligo a minha tv
e bato uma no banheiro.
_________

Dentes sujos, mente viva.

Sento à privada no banheiro
e ouço
o vizinho bebado.

Levanto-me sem roupa
pela casa e o vizinho
à escovar os dentes.

Sou só um solitario, e se
ele escova os dentes antes
de dormir, ele tem alguem.

Eu não escovo.
Meu alguem são folhas
e canetas e ideias e a
luz da lanterna se apagando.

E o vizinho gargareja.
Sem alma e eu só
posso dormir, pra não
acordar mais.
_________

Embriague seu rosto e seu senso.

Não é facil a vida
depois que se
experimenta a morte.

Você senta na sua cama.
Bate uma olhando
a garota se depilando
na janela
da frente.
Goza.
Não o suficiente
para apagar o fogo.

O fogo da cidade.
Cidade em chamas.
Breve, brasas.

Seu rosto pálido
no espelho e você
na cama.

Sua garota te liga.
Não, não tenho mais vida,
Você diz.
E a cidade queima
e os muros são algozes.
Cidade.
Camas.
Chamas.

E você percebe
que nada muda,
entre 3h e 4h
da manhã.
_________

Benzinho, voce realmente é capaz.

Marta trabalhava em circo.
Contorcionista.
Agora é minha mulher e
eu digo:
"Ei, benzinho, mostre-me do que
é capaz.

E ela se enrolava como cobra e agarrava-me
o saco, passando a lingua
e sugando tudo.

Ela estava sobre três,
das quatro pernas, contorcida
e totalmente descomunal
e seus peitos de fora, lindos
e sugava meu cacete.

Marta trabalhou em um circo
e faz magicas, na cama.
E eu digo:
"ei, benzinho, voce realmente
é capaz".
_________

http://mequeimaimperador.blogspot.com/
http://mequeimaimperador.blogspot.com/

2 comentários:

Anne Elisabeth disse...

Ledo engano achar que deixei de vir aqui.
Sempre passo, e ontem ia comentar, mas a pressa so me permitiu ler os versos, e falando neles, me senti "intrusamente" homenagiada pelo primeiro conjunto.
Vivo toda a situação, sendo a mulher, é claro!


Você ta de parabéns demais, café.
presente demais p'ros meus olhos e sentidos.

LNabuco disse...

Hidras têm mais de uma vida...ou srá que possuem máscaras ?
Mudanças me paralisaram ,pequeno hiato,soluço desses gigantes e mudos.
E que deleite passar olhos ,mente e alma por aqui...

Beijos