Morre um Jackson na minha esquina.
Eu o conheci quando passava
no meu dodge preto 79.
Lia alguma coisa, sentado
com suas pernas inversas e cruzadas.
Não sabia para onde ia. se ia.
Para tras ou para frente.
Se ia.
Para lugar algum.
Nunca. Só uma criança.
Ele era música.
Suas cores.
Seus rostos.
Ele é música.
Eu o reconheci, branco,
palido, morto, na minha esquina.
Um Jackson,
mais vivo do que sempre.
________
Nem flor, nem figos.
Macios peitos de morena.
Traquinos amores e faceiros.
Macios meus desleixos e poemas.
Ou tudo, vida, agua
de beber.
VIDA, SEXO, TRUCO.
Poker em mesa de bar.
Vidas duplas.
Em doses de rum.
Tudo, vida, agua
de cheiro.
E tudo acaba morto.
Desfigurado.
Mesmo quando vivos
e esfacelados.
Tudo acaba em morte.
______
Voce não reparou,
mas meu inferno, eu mesmo
fiz.
Meus desejos. Armas.
Discos dos beatles
que nunca ouvi.
Meu inferno eu fiz.
Nas paginas dos jornais
nao lidas.
Livros ignorados.
Musicas não sonhadas.
Meu inferno eu fiz.
E é prazeroso.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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Um comentário:
Bela homenagem, café!
"Um Jackson,
mais vivo do que sempre."
É o que fica para todos nós.
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