terça-feira, 2 de junho de 2009

Alguns suicidas jamais são registrados.

Saída.

Um copo a mais, ou a menos.
Um rosto a mais, ou a menos.
Sexo demais.
Bocetas demais.
Caralhos demais.
Sexo.

Porra de menos!
Cerveja, cerveja, Cerveja.
Agora porra, demais.
Café, café, cura.
Agora morra
Jamais.

_

Qualquer coisa de Martina ou Valentina.

Casualidades a parte,
Ela sempre foi imprevisível.
Bateu minha porta.
Trazia vinho.

Deixei que entrasse
coloquei uma boa bossa.

Tínhamos baseados, que não acendemos.
Sorrimos, brigamos, beijamos,
fodemos, dormimos.

Ela foi embora.
Não lembro o nome dela.

_

Atirei em um cara no cinema.


E ele me chamou pra um café.

Falamos sobre Pound e Miller
e Neruda e bacon frito
e Pink Floyd e Janis Joplin
e tango.

Falamos sobre Beatles
e como eu ficava bem de blue jeans
e Vinicius de Morais.
de Sinatra, lampião e tédio aos sábados.

Atirei em um cara no cinema.
Ele bem que podia ter morrido.

_

A pica explorava a
boceta sedenta.
Num baile de corpos
nus.
Os peitos gostosos na boca.
Mamilos chupados.

A pica na boceta.
Boca com boca.
Telepáticos.

"eu te amo" ao pé do ouvido
e a boceta.
E a pica e os peitos.
Bocas. Línguas. Corações.

Que rabo.
E o dedo escorrega pelo
cu.
Gozamos.

_

Discutindo poesia com putas.

Digo que poemas
são vísceras irrustidas.
Elas, que são
Xoxotas molhadas.
Digo que são
relógios sem tempo.
Elas, que são
picas esfoladas.
Digo que poemas são
a única salvação.
Elas dizem que
Elas que são as únicas.

Putas.

_

Televisão, Jornais e Filmes de bang-bang.

Não ando dormindo bem
ultimamente.

E os jornais noticiando
queda na bolsa.
Ainda bem que não tenho
dormido,
Assim gasto mais com cervejas
e menos com açoes.

Não ando dormido bem ultimamente.

E a puta que eu
mais amei, morreu.
Preferia dormir mais
do que vê-la morta.

Alguem ai tem um espelho?

_

Se vier, pro que der ...

Era única.
E eu a via dormir.
Única.
Era linda.
E eu a via sonhar.

Sou livre?
A amo como um borra-calças.
Sou livre.
Pupilas desmaiadas de paixão.

Sou teu.
Sorte grande.

_

As coisas não são faceis do outro lado da rua.


E as balas.
E os pingos no rosto.
Paris iluminada de merda.
Sorte grande. Sorte grande!
em vegas.

As leituras poeticas
me enchem.
Os quadros pendurados na sala
não.
Nunca são iguais e sempre
se repetem.

E as balas.
E os pingos no rosto, de merda.
As lagrimas de obito.
O fim pelo habito.

As hemorroidas inflamadas.
Prefiro a boceta aberta
como flor.
E uma cerveja. Nada na tv.

"e ai, beleza?" no telefone.
"Estou morto", digo.
"Vem pra ca.
posso lhe chupar a pica por alguns
minutos e cents".
"Melhor não Harry, Prefiro a boceta
aberta como flor".

Desligo. Fujo.
Não sou mais eu
desde que recebi a conta da luz.

Morto ...
... E as balas.
E morto.
Mais uma cerveja?

4 comentários:

Leonor Varela disse...

*-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-*
Pouca coisa é necessária para alegrar nosso dia,
basta ter amor no coração e amigos como...VC...!!!
*-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-*
Beijos

Bárbara Cecília disse...

Urra! que venha mais uma cerveja

Anne Elisabeth disse...

Não limitam não, jamais!

É que na situação - que não ficou explícita, existiam razões/motivos para justificar a tentativa de se negar a ser feliz mas, as ignorei em nome do prazer de me sentir bem.

:)

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Muito bom esse seu post super.
nossa, dissimuladamente sacana.:p
Doce poesia suada e erótica.
Café, você se supera.

Eleonora Marino Duarte disse...

café!

teu texto é genial! coisa para teatro bem feito do jeito que tem nas oficinas da "companhia dos atores".

é texto para falar com toda a irônia crítica que só os atores contemporâneos possuem.


muito bom.

grande abraço.