sexta-feira, 20 de março de 2009

A juventude é um cantor de bossa nova, em uma propaganda de cervejas!


O corpo juvenil inerte no salão, desconfigurado por hôrmonios, viaja o porto do prazer. Os olhos açucarados do rapaz sobre moça respeitada em circulos sociais dos mais diversos e hipocritas.
O rapaz, João Emanoel Firmino. Belo par de olhos madrugosos e boêmios, cabelos bem cortados, bem penteados. Usura de rapaz galante e principalmente apaixonadissimo pelas coisas da região. Porem, seus olhos viram o que seus labios jamais sentiram.
A moça, Rosa Maria Silvino de Morais, Morena formosa de olhos verdes indecifraveis, criada pelas vozes dos morros e do samba. Ouve Cartola, Jamelão, Chico Buarque, Noel Rosa e todos os -gênios- embalos de ondas radioativas, que corroem a alma.
É agora então, tarde de sabado. Fatidica tarde de sabado no paraiso suburbano fluminense. Rosa põe-se a dormir o sono dos justos. Exato o momento do sono de José Firmino, como era mais conhecido. Mas só sonhos.
João teria avistado Rosa pela primeira vez em um baile. Um samba. Samba que a modernidade dos dias não matou. Cruzaram seus olhares e foi isso. O olhar açucarado e boêmio, esquiva-se dos belos olhos indecifraveis ...

... Rosa trabalhava em uma floricultura, no centro da cidade. Misturava-se entre lirios, violetas, margaridas e rosas. Tinha um patrão esquizofrenico, de habitos um tanto quanto suspeitos a seu ver. Mas não passava de uma criança -não em horario comercial- de 58 anos de idade e blues.
Na velha vitrola, Nat King Cole soava como nero, ateando fogo nos ouvidos de quem o escuta.
Rosa se agradava do pobre senhor com alma jovial. Foi então que entra ele, Zé Firmino, pela porta, numa busca pela rosa mais bonita, de cor mais instigante. E ali parada como refugio, ele avistou aquele sonho, que agora é nitido em seus olhos. Sua testa começa a transbordar pelo calor do corpo. Ele sente prazer nos labios e no membro sagrado que pulsa.
Eram dois. Foram poucos segundos e pra ele decadas de gozo. Para ela uma sensação gostosa e misteriosa. Os olhos indecifraveis finalmente jogados em panos limpos, e os boêmios embriagados do mais puro tesão.
Dois amantes eternos agora e ate o fim dos lirios.

Nenhum comentário: